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terça-feira, 22 de abril de 2008

Esquemas tácticos "Catenaccio”

O “Catenaccio” italiano, o “Futebol Total” holandês ou o “Futebol Científico” da URSS são exemplos de maneiras de estar no futebol. São princípios, são…modelos de jogo. A crescente congregação de componentes que envolvem hoje em dia o futebol faz com que cada vez mais o esquema táctico seja – radicalizando – apenas o “boneco” da equipa. É insultuoso e redutor ouvir, semana após semana, jogo após jogo, um comentador basear a sua análise a uma equipa no desenho que aparece antes dos jogos no ecran, quando nos é revelada a provável disposição de uma equipa em campo.Fala-se muitas vezes na identidade de uma equipa, contudo esta não pode ser apenas identificada nos “homens” que a compõem. A identidade de uma equipa vê-se realmente nos princípios que aplica religiosamente em todos os jogos, independentemente dos intérpretes. Já o disse num post anterior, é quase impossível analisar com clareza a prestação de um jogador se não existir um modelo de jogo a partir do qual nos possamos guiar. Estatisticamente, um jogador completar 10 passes em 10 passes tentados é bom, contudo é necessário saber para onde esses passes devem ser feitos. Apenas se afigura justo comparar exibições de dois jogadores da mesma equipa, que ocupam a mesma posição, se levarmos em conta aquilo que o treinador pretende para aquele lugar.

Esquemas tácticos "WM"

O “WM” dominou a Europa durante cerca de duas décadas até que Puskas e companhia, na magnífica equipa “magiar”, a Hungria dos anos 50, nos apresentaram o 4x2x4 pela primeira vez. Havia também quem chamasse a este sistema de jogo “MM”, que nascia de pequenas alterações ao esquema de Chapman. No futebol actual as equipas optam por este desenho muitas vezes - maioritariamente em situações de aperto – embora o quarteto mais adiantado seja composto hoje em dia geralmente por 2 pontas-de-lança e 2 extremos bem abertos, ao invés dos 4 avançados de antigamente.O 4x2x4 enquanto esquema perdurou durante toda a década de 60, e os “magriços” de 66 são apenas um célebre exemplo dos vários executantes deste desenho. Contudo por esta altura nasceu o chamado “futebol força”, que abalou a hegemonia do “futebol técnico”; começaram as preocupações de integrar conjuntamente as noções “física e táctica” do jogo e por isso passámos por uma época de estabilidade no que toca a sistemas tácticos.
A década de 70 terá sido talvez a mais rica a nível de inovações tácticas. Encontram-se os primeiros traços do 4x3x3 na selecção holandesa de Rinus Michels. Tentando perceber os primórdios deste sistema, reparamos que a colocação de mais um elemento no meio-campo facilita aquilo a que chamo de “transições horizontais”, ou seja, as mudanças de flanco, que deram origem ao “carrossel mágico” tão bem interpretado por Cruyff ou Neeskens. Tendo sido na opinião de analistas como Luís Freitas Lobo um sistema “avançado no tempo”, não é de estranhar que não só o desenho mas também os princípios tenham sido transportados para o futebol actual.

Esquemas Tácticos: Meros desenhos

Desde o inicio da história do Desporto Rei na Europa durante o século XX, notamos desde logo uma constante mudança no que toca a sistemas tácticos. Contudo, podemos identificar algumas “nuances” desses vários sistemas no Futebol dos nossos dias.Vários esquemas fizeram escola no Velho Continente, sendo que o primeiro digno de registo terá sido provavelmente a “Pirâmide Clássica”: Este sistema incorporava um modelo assente em triangulações constantes com o objectivo de confundir os adversários. Os princípios deste modelo – ainda que extremamente redutor – ainda hoje são aplicados em variadas equipas de Top, contudo o “desenho” desta táctica era um 2x3x5, algo de impensável nos dias de hoje. Símbolo deste sistema? Hugo Meisl.Nos anos 30, os alicerces do futebol foram abalados com o aparecimento de um novo sistema - e inerente modelo base – conhecido por “WM”. Herbert Chapman terá sido o pioneiro deste esquema, aplicando-o naquele que foi o mais galardoado Arsenal da história dos gunners. Tentando um paralelismo com o presente, este sistema seria talvez um 3x4x3 que sendo assim teria viajado no tempo, como nos mostrou o incrível Barcelona de Cruyff no início da década de 90 (com as devidas alterações/actualizações claro).