terça-feira, 20 de maio de 2008

Evolução do futebol

Longo foi o caminho que o futebol percorreu até chegar aos dias de hoje. Vem do século passado um jogo com regras indefinidas, sem outra estratégia que não fosse chegar com êxito à baliza do adversário, sem conhecer as vantagens dessa coisa esquisita chamada passe. Nasceu na Grã-Bretanha e ali deu os primeiros passos até se tornar um dos grandes fenómenos da vida do século XX.Neste fascículo o leitor irá compreender como um jogo criado à imagem do râguebi, que começou com um guarda-redes, um defesa, um médio e oito avançados, atingiu o carácter quase científico que o marca nos dias de hoje. Tudo começou com a fundamental alteração à lei do fora-de-jogo em 1925, a partir da qual o futebol conheceu o primeiro treinador reconhecido como o hoje o concebemos: Herbert Chapman, o criador do sistema táctico (o célebre WM) que marcou o futebol até meados da década de 50.As evoluções seguintes passaram por fenómenos como a espantosa Hungria de 1953/54, pelo Brasil de 1958 e 1962 (a inovação do 4x2x4 logo evoluído para o 4x3x3), pelo catenaccio com que Helenio Herrera mostrou ao Mundo que também se pode ganhar jogando à defesa e pelo extraordinário fenómeno do futebol total do Ajax e da Holanda, que teve início no final da década de 60.Os últimos 30 anos foram pobres em termos de evoluções tácticas. É natural. Reconheçamos aos nossos antepassados o talento de nos terem deixado pouca margem de manobra para mais revoluções nesse capítulo. Mas os últimos tempos dimensionaram o futebol muito para além de um simples jogo que arrasta multidões. A televisão, o dinheiro, o investimento cada vez maior, as novas tecnologias e o sentido empresarial passaram a andar de mãos dadas rumo a um espectáculo gigantesco, que aumentou em grande parte a pressão sobre jogadores e principalmente sobre treinadores. Para estes a diferença entre ganhar e perder é um poço sem fundo no qual muitos têm caído.

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